segunda-feira, 12 de abril de 2010

Preferência



Eis que me simboliza
Todo o profano, o irreal e o lúdico,
Quem sou, desorienta o outro
Que julga, malicia e executa
As leis que ele mesmo criou e
Moldou-se, enfatizou e disciplinou-se.
Sou eu, o louco das ciências dos homens
Que muitas vezes visto-me de branco
Pra pressupor os pecados e perjúrios
Da indignidade vil das criaturas pensantes.
Sou aquele que sai nu, despido de pretensão
E que sente na pele a brisa gélida da infâmia,
O mau hálito das indagações da falsa moral,
E o ruído estridente do orgulho e da presunção.
Minha auto-confiança me trai,
E me faz subir em arvores de imaginação
Para poder tocar o céu
E sonhar com as nuvens.
Me faz sentir o poeta, o pastor e o pescador,
Para clamar versos livres alegremente,
Alimentar meus rebanhos com sonhos de liberdade,
E navegar em pequenos ribeirões caudalosos,
Contando minhas histórias, sorrindo,
Chegando no meu mar sem horizonte.
E nesse meu mar, já com o Sol querendo ir dormir
Estando de mãos dadas com meus companheiros,
Vamos caminhar na beira d’água,
Fazer fogueiras de amizade,
Cantaremos até chegar a Lua,
Branda, suave, pacífica,
Para brindarmos nossa invisibilidade
Que os homens da ciência não enxergam.
É por isso prefiro, minhas páginas
Meus desalentos, meus talentos,
Imaginações e esperanças.

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