terça-feira, 21 de abril de 2015

Prova dos Nove ou a Regra de Três ( O Entender )

Minto ...
Minto sim ...
Minto até pra mim mesmo,
Quando digo que sei o que Sou,
E quem Sou ...
Tenho falha não calculada,
E deficiência na hora de descrever,
E escrever sobre mim ...
É que pra escrever sobre si mesmo,
Não deveria se usar tanto o verbo "achar",
Assim como eu acho ...
Mas dizem que isso é um tipo de falta de alicerce,
Ou alguma base, sedimentos ...
Não sei ...
Porém me dá uma sensação de liberdade as vezes,
Acho que preencho alguns vazios com música,
Um pouco de leitura, fantasia, e rotina.
Quando digo que minto algumas coisas,
É porque a palavra omitir, parece criminosa ...
Só omite, quem sabe das coisas,
Mas quem mente, as vezes é porque não entende as coisas.
As coisas serão sempre as coisas,
Enquanto elas não são nossas coisas,
Nossas criações, nossos íntimos,
As vezes, a idéia tola do ser puramente nós mesmos,
Não podemos dizer que delas sabemos tudo ...
Mas sei falar de algumas coisas que gosto,
Se possível, delas participo, me entrego ...
E não caio na besteira de dizer tudo o que acho ...
Pois, quando acho coisas, é possível descobrir,
Sempre um pouco mais ...
Basta somar o que hoje eu sei,
Com tudo aquilo que aprendi até ontem ...

Pluralismos, Verbos e Eu

O Eu sou ...
Mas uma vez Eu sendo,
O Eu existe, e não uma única vez ...
Porque pra se existir,
Há a necessidade de inúmeras coisas,
Eu vejo, o que não significa enxergar,
Eu ouço, o que não significa escutar,
Eu falo, o que não significa dizer ...
E tudo perde força, quando comparamos com o Nós ...
Uma vez responsável pela sua vida,
E as vidas alheias, tudo se multiplica,
E implica em tarefas mútuas, simultâneas de angustia,
O que complica na sua observação de si ...
Quando se esta misturado, as vezes não dá pra se decantar ...
Não temos tempo, e perdemos a noção dele ...
Se o Eu, é só um,
O Nós é indefinido pra mais de dois,
Como uma conta de inclusão dos demais ...
Daquelas onde apenas se soma,
Mas os fatores abrangentes não fazem diferença no resultado.
Se toda a ação tem uma reação,
Não necessariamente igual e contrária,
Disso eu tenho certeza, pois a vida não é assim,
Como podemos considerar,
Essa forma velha, constante e enrijecida de viver,
Senão algo a ser redescoberto ?
Eis a lição de casa do amanhã ...



Óleo em Pedra ( Uma Nova Fase )

O quanto é preciso se pensar,
Pra desmistificar um pensamento sugerido ?
Eu não sei, pois pouco importa ...
Só sei que algumas coisas acontecem,
E quando acontecem, deixam seu resultado impresso ...
Temos esse hábito, meio desconcertado,
Jogado pro lado direito,
Com o pescoço entortado,
E depois retoma-se o equilíbrio ...
Essa impressão de não saber lidar com o que te acontece,
Deve ser algo inerente a todos,
Onde você apenas sofre uma ação da Vida,
E não sabe o que fazer, porém segue ...
Assim como quando você consegue algo que muito quer,
E depois não sabe o que está nesse porvir ...
Mas esse não saber agir é tão humano,
Que ele apenas muda de circunstância ...
Mas o conselho que eu dou àqueles que muito querem algo,
Seja uma posição, um alguém, um prazer ...
Lembrando de imediato, que sou péssimo pra conselhos,
Que tenham seus freios desatrelados,
Abram seus peitos e suas mentes para o novo,
A coragem e a possibilidade ...
Porque as consequências,
Ah, as consequências sempre virão ...
Sejam elas pra sorrir pelo segredo,
Ou chorar pelo insucesso ...
Mas até aquilo que você acha difícil ou impossível,
Hoje percebo, que tem um tempo pra acontecer ...
Basta ter o manuseio certos de seus elementos ...
 

Balde de Alegrias ( Parte 1 - Renascimento )

Eu parei comparar a minha vida,
E descobri a semelhança com um balde ...
Balde sim ....
Quem não conhece um balde ?
Desde crianças aprendemos a brinca com potes,
Enchendo-os de areia, brinquedos e lembranças ...
Eu acho que a vida é assim ...
Você a enche, depois esvazia ...
Lava e em breve torna a encher ...
Seja do que quer que for,
Serão suas próprias mãos que o carregarão ...
Acho que nunca lavei meu balde ...
Tem umas coisas que estão no fundo,
Grudadas, seladas, que não dá nem pra raspar !
Muita coisa não dá pra jogar fora,
Então, dá-se um jeito de ser forte pra poder carregar,
E quando vai se ver, elas já não tem peso ...
Olhando de cima, eu vejo as mais leves,
Desde o amor dos meus cães,
Risadas com os amigos, viagens com meu amor,
O meu amor, e o amor de mim mesmo ...
Esse ultimo aparece sempre em que paro um pouco,
Remexo a bagunça de tudo o que carrego,
E as vezes, ele me surpreende ...
Eu nunca reparei bem,
Mas parece que tem um furinho no meu balde,
Porque tem dias em que o sinto mais leve ao carregar ...
Devem ser as tristezas arenosas,
Algumas vinganças liquidas, aquelas com gosto de fel,
Ou até mesmo, algum desentendimento gasoso,
Que evapora e eu não percebo ...
Alias, muita coisa eu não percebo,
Inclusive o peso de meu próprio balde ...

O Porquê do Sol não beijar a Lua

Ao acordar todas as manhãs,
Temos obrigações, pelo menos a da disposição ...
E que essa não seja a mesma do despertar,
Pois quando se desperta, aguça-se os sentidos,
E faz-se do dia, horas,
E das horas, a ansiedade ...
E quando se dá o cair a noite,
Procuramos atender alguns instintos,
Tão primitivos que não nos damos por conta,
Como o da necessidade de proteção,
A liberdade aerada de abismo,
Soltar as amarras do espirito ...
Mesmo assim, não ligamos o dia com a noite,
Como se fossem, um conseguinte do outro.
Revelamo-nos ao dia, as vezes escondendo verdades,
Porque um rebanho só existe,
Com a ideia falsa de homogeneidade.
E nos alentamos no breu da noite,
Onde podemos ser nós mesmos,
Onde muitas vezes o medo,
É maior que a coragem, a disciplina, a sensatez ...
O correto ...
Enquanto o dia, tem a moral e a exposição,
A noite tem o tempo e a desobrigação de ser visto.
Dizem que o Sol é masculino, e a Lua, mulher ...
Mas os astros não tem sexo,
E muitas vezes, acho eu, de uma forma obtusa,
Sem foco, apenas abrangente,
Que nós humanos também deveríamos não ter ...