quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Acento pra pensar


Viver é também,
Um pouco de desafio
Da inteligencia de Deus,
De seu desalinho e equilíbrio,
Compassado de nossa inconstancia e desejo ...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Olhar ...

Parece estranho inspirar-se em algo bom,
Olhando janelas fixas
E um corredor escuro em movimento,
Com suas placas luminosas verdes e reais,
Que indicam o quanto falta para os dois lados ...
Mas algo melhor é poder ter seu pensamento
Dotado de percepção peculiar,
Que consegue distinguir com olhos transcedentais,
Pistas daquilo que ninguém vê,
E montar historias ...
Sim, e que se vê é fantasioso,
E algumas vezes tão complexo e humano
Quanto o vazio ...
Fatos e pessoas existem, ou não,
Sendo elas e eles mesmos, eles mesmos ...
Igual a uma senhora sentada num banco preferencial,
De um trem semi vazio ...
De banho tomado e roupa limpa,
Maquiagem igual a moda de seu tempo,
Combinando com a bijouteria barata,
De cor contrastante com exigência de perfume.
O que pensa tal personagem,
Nunca iremos saber,
Pois nossas pretensões do mundo
São tão ilimitadas e corruptíveis,
Que talvez dentro desta imensa probabilidade,
Nem ela mesmo saiba ...

Passos ... passos



Temas tristes são fáceis de se discutir ...
Temas felizes não pertencem a este mundo ...
Essa é a impressão que tenho,
Ao falar e ler certos seres humanos,
Pois são subsistentes
E nutrem-se até de outros seres humanos.
E não é brincadeira, ou falastrice,
Porque o que não magnetiza com minha opinião,
É o sofrimento psicológico da suposição.
Há quem consiga ver dificuldade até no acordar,
Mas deve ser porque sua alma está acorrentada,
À disposição da preguiça e dos maus hábitos ...
Por isso adotei o ato de caminhar,
Não importando se é pra frente,
Se é na rua, num retilineo espaço,
Pois o mais importante é o movimento !
Aboli de mim, a morosidade da ansiedade falsa,
Mas também sou julgado como se estivesse morto de interesses,
Mas este é um segredo que guardo
Na caixinha que ganhei dos meus pais,
Com o silencio da sabedoria de quem
Vê o mundo mudar e sem nada entender ...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Bolhas de sabão

De estação em estação,
É que se busca inspiração
Para se iniciar um novo dia ...
É como um estado letárgico,
Controverso ao movimento de cada manhã.
Assim como quem busca a Felicidade,
Em alguma esquina ou ângulo,
Mais ou menos reto,
Ou mesmo obtuso sem sentir.
É lógico que por definição,
As pessoas tristes saibam bem
Que a Felicidade nada mais é
Do que pequenos momentos
Entre a tristeza e a rotina,
Que elas mesmas construiram
E se habituaram a viver assim ...
E mesmo assim, ocupam-se de procurar
Em lugares onde ela não está ...
Olham por cima da mesma,
E a cobrem com mais pó
Do que seus olhos possam enxergar.
Mas ao falar de Felicidade,
Entramos no paradoxo mais complexo existente.
Se quisermos ser felizes mesmos,
Temos de adentrar em nosso egoísmo,
E sentarmos soberanos no trono de nossos quereres,
Afinal, a tal Felicidade,
Tão procurada, quanto repetida,
É um tipo de egoísmo,
Pleonasmicamente vivo e que não se reparte ...
Igual as brincadeiras com bolhas de sabão ...

Sem Saída

O tempo ninguém vence,
Somos vítimas melhoradas por ele.
É um filtro, um decantador,
Cheio de peculiaridades,
Que assola de medo mulheres e alguns.
Não sei se é apenas
A perda inerente do corpo físico,
Ou simplesmente a extinção da beleza e da jovialidade,
Ou o direito das felicidades sociais.
As mesmas que enchem de entusiasmo,
De vinho, vodka e erro algumas ações ...
E que te dão margem a um sucesso misterioso,
Que vem logo após a coragem ...
É um desvelo de demonstrar opinião ...
Cada qual escreve de si, ou para si mesmo,
Falando de seus ecos internos,
Dúvidas e desejos,
Que nunca passam de seis,
Igual aqueles que possuem preferencias,
E que com o tempo, também reavaliam,
Devido experiência e um pouco de sofrimento ...
Questão de risco ou originalidade,
Respondida somente por quem dela possa falar,
Ou simplesmente calar.
Mas o tempo é um mestre,
E por disciplina,
Não costuma perdoar ninguém ...

Lente de aumento


Sentado e em movimento,
Encho meus ouvidos com música,
Olho detalhes, fotografo alguns,
Mas minha mente logo apaga.
Ela não quer preencher-se ...
Ainda procura por uma imagem
Que a petrifique ...
A qual ainda não achei ...
Procuro por uma escrita,
Uma caligrafia que puxe pra fora
Uma linguagem primitiva minha.
Olhos as pessoas com desejo,
Quero delas, suas melhores partes,
Desde seus pensamentos mais ricos,
Às suas carnes mais firmes ...
Mas o que me atrai mais é o gênero,
Este compreendido de beleza,
Propriedade e loucura inatos ...

Eclipse



À noite, qualquer mínimo de imaginação, assusta ...
Qualquer passo mais firme, impressiona ...
E o quanto voce se dá a essas sensações,
Esboça o que voce é ...
Permeia a racionalidade,
Vista de olhos vermelhos,
E sentida numa mistura nauseante
De suores e perfumes.
Mas neste jogo de impressões,
Em meio a rostos maquiados de cansaço,
Não tenho noção de qual máscara
É de Felicidade ou de Apelo.
Me dá agora uma sensação próxima
A que as vezes sinto quando
Arranco as páginas de meu caderno,
Acreditando ser segredo
Aquilo que quero pra mim mesmo.
Mas tampo meus ouvidos
Para as adversidades de meu espírito,
Assim imagino protocolos meus quebrados.
Apenas uma crítica sem sal de mim mesmo,
Coisa de quem tem medo do escuro ...
O qual habita dentro de mim mesmo ...

Preto no Branco

Viver no constraste,
É um desafio fácil e desconcertante.
É a eterna fuga da analogia comum,
Um erro constante,
Uma seta que indica a direção contrária,
Quebrada a esquerda ...
É realmente uma pena,
Que não tenho tantas aspas em meus discursos,
Para serem citadas ou
Demasiadamente comentadas ...
A não ser em poucos momentos,
De caneta, papel e esperança ...
Falo, penso e escrevo sempre com muitas reticências,
Pois da real compreensão,
Eu ainda prefira as lacunas ...
Pois lá, tenho a sensação de segurança,
Da não precisão e muito menos da necessidade.
É como um andar de trem,
Certo sobre sua linha, seus trilhos,
Mas cheio de estações para escolher sua descida,
E nunca ter certeza de seu destino ...