sexta-feira, 27 de abril de 2012

Curso de Datilografia





Escrever pra mim, um tipo de liberdade...
É ter voz letrada, manuscrita de tecnologia,
Com algum rancor diagnosticado,
Porém menos atroz do que se parece.
Mas para escrever sua lingua, atente-se.
Uma lingua nunca é igual a outra,
Seja por seus simbolos, seja por sua aspereza ...
E muito mais por aquilo que queira dizer ...
E este falar, imprescindivel aos que o descobrem,
As vezes vai ao fogo, para purificar ...
Porque ele proprio já é uma purificação,
O que faz sempre sentirmos mas leves,
Mais soltos e menos culpados ...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dúvida


Eu tenho um eterno efeito noturno dentro de mim ...
Mas feito de quatro fases,
Que até hoje não sei se são lunares,
Ou se são as próprias estações desencadeadas,
Rasgadas e desfolhadas coloridas de meus fluídos.
Para cada uma, um estado frágil ,
Quebradiço de tênue emoção ...
Converso com pessoas efusivas,
Cheias de conteúdo e medo da solidão,
E elas me apresentam meus medos,
Mascarados como se fossem os delas.
Mas eu não me repito,
Porque já sou um pleonasmo ...
Assim como a historia que me foi contada,
Que me fez acreditar que eu era,
A causa e uma solução de um problema,
Que nem sequer meu era ...
Acho que foi uma fase obscura,
Passada eu sei, mas enraizada na alma ...
Logicamente, que as crianças tristes e brancas,
Que sempre moraram em apartamentos cinzas,
Sem oxigênio e sem movimento,
Apenas com os segredos que as fechaduras conhecem,
Nunca entenderão o que digo ...
Mas eu tenho dúvidas côncavas ainda,
E algumas que sei que não obterei respostas,
Pois a própria sou eu ...
Sou adversativo eu sei, porque não poderia ser diferente.
Sou uma religião em si ...
Mas, as vezes, como nos últimos dias,
Permito-me pecar, para poder ter algo a dizer,
Não a ninguém, e sim a mim mesmo ...
Porque um dia ainda quero escrever sem nós,
Sejam eles na garganta, ou no meio de minhas pernas ...
Mas até lá, espero poder estabelecer ordem,
No meu calendário caótico de amanheceres ...
Para acordar sem perder a hora,
E ser fiel àquilo que realmente desejo ...

sábado, 21 de abril de 2012

Jejum

Pois bem, depois de passado este dia,
Pergunto a mim mesmo o quanto importante pode ser,
Um feriado de dia santo,
Para aqueles que não se limitam,
Em achar que seu jejum já os tornem santos,
Sem mesmo se sacrificarem,
Nem que seja sua frágil carne humana,
Ou mais nobremente
Suceder à alguns caprichos de suas almas.
Talvez o ponto de referencia não seja o mais comum
Nem mais profundo, nem mais profano.
O que difere o santo do maldito, o justo do desequilibrado
Não sei, e nem a mim cabe julgar,
Quero mais é me isentar de direções,
De correções erradas, e acentuações impróprias.
Que seu parágrafo comece quando o meu terminar.
Que tenha nos tempos de falar e ouvir,
O entendimento e a coerência que num sonho talvez
Consigamos estabelecer isso como realidade.
Não diga tuas palavras como se tua oratória fosse divina
Pois o ser humano é falho e maravilhoso.
Inventivo, entusiasta, cheio de uma graça incomum aos animais.
E se esse Deus que os homens criaram
Realmente puder ser a maior grandeza e justiça,
Cabe a Ele sentenciar o que os homens fazem ...

E a mim, apenas ter fé ...

Caco de espelho

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Quando posso estar aqui,
Lembro e penso, não distante me recordo,
Daqueles que me dão inspiração,
Seja por amor, ódio, resolução,
E porque não, em maior parte indiferença ...
E vejo o espelho que sou, um eterno reflexo.
Serei eu, um oco sem personalidade,
Que nunca age, apenas reciprocamente reage,
E depois de um tempo, retardado de passado,
Revê a conclusão, para lamentar a razão ?
Infelizmente, não sou desses espertos,
Que fazem planos de amanhã,
Juntam dinheiro e dão importância,
E satisfazem-se com viagens e pequenos luxos,
Ninharias de caminhos em mapas traçados,
Sem tesouros abençoados, sem pesquisa e sem louvor ...
Gostaria de um dia poder acordar,
Saber que dormi e sonhei com a realização,
Mas geralmente, minhas noites são curtas,
E meu sono não me pertence.
Mas faço de vagos momentos, tempos ...
Vontade de escrever, sem me fragmentar ...
Tomo notas em qualquer papel, dobro e guardo,
Para nunca mais achar graça no que me escrevi.
Eu acho que o meu Eu, existem outros mais,
Um para o dia, outro para a tarde,
E não me acho uma dessas pessoas,
Que dividem o dia com uma hora de almoço,
Ou que tenham uma referencia em preto e branco,
Meio que cinematográfica, meio trago em botequim,
Ou que tenham tantas histórias pra contar,
Mas me satisfaço com os risos, mesmo que escritos,
Daqueles que me lêem, e que comigo se escrevem assim,
Não que as palavras, sejam o meu pensamento real,
Ou mais do que isso, um realidade alternativa inventada.
Mas eu gostaria de exprimir mais do que isso,
Porque ainda gosto é da lacuna,
Pois nela sim, é que construo,
Um verdadeiro sentido para o meu entender ...





terça-feira, 17 de abril de 2012

O Repetido


Eu, sempre o Eu,
Nem menos, nem mais,
Somente o apenas ...
Mesmo assim o misterio ...
Devo ser algo como aquelas lampadas magicas,
Que se acendem com esfregões,
E liberam genios do instinto,
E outros genios também ...
Serei eu, um pleonasmo massificado de mim mesmo,
Ou mais um apenas, que se resigna,
Ao pensar que veio eximir os pecados de seus pais ?
Rumino sim culpas,
Para poder pregar meus pés no chão,
Mas não me pergunte aquilo que não sei,
Se não tenho alcance de respostas,
É porque meus pés tem a perpendicularidade exata,
E não retiram os dedos afundados,
Um tanto enraizados,
Na forma estranha de achar de ser e entender ...
Ao abrir minha mão,
Magra, esguia, sem maciez,
Deixo esvair-se a areia que ganhei com meus mestres,
Assim como vejo que meus conhecimentos são falhos,
Porque a cada dia tenho uma duvida reinventada ...
Acho que sou o aluno que busca boa nota,
Mas que senta sempre na fileira diagonal ...
Porque não suporta o foco ...

Desvios e Contornos


Eu crio constantemente,
Quase que ininterruptamente,
Minhas expressões próprias,
Coisas que eu falo e me falo,
Procurando entender o meu dia a dia,
Sem a azia de julgamento alheio,
Por isso escondo circunstancias de mim mesmo,
E procuro leituras onde me achar ...
Esse exercicio de perfeição,
Como madeira incrustada de pedras,
Algumas de sal e outras preciosas,
Espero estar fazendo uma boa obra,
Mas que não seja uma cruz,
Para servir de modelo junto com as outras ...
Espero uma tranquilidade, um momento ...
Que seja melhor de que este que vivo agora ...
Assim como este já foi melhor do que os passados ...
Mas vivo da minha intermitencia,
Como a frigideira e os ovos,
Que um dia sonharam em ser aves,
E lhes foi privado o direito de voar ...
Mas no meu silencio
É que posso enxergar o som,
Que eu desejo experimentar ...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pra um novo fim ...


Por que temos necessidade de falar ?
Por que temos que por pra fora o que pensamos ?
Por que ?
Porquês do silencio e da memória ...
Pois aceitação do momento,
Será contrariedade do passado
Porque a esperança somente pertence
Aqueles que olham para o futuro ...
Mas sou desses que tenta ligar pontos,
Igual aquelas brincadeiras de revistas de papel jornal,
Que no final revela um desenho ...
Mas minha alma repousa no mundo vibratorio de meu corpo,
E meu espirito é muito inquieto
Para padrões quietos ...
Assim inicio mais um ciclo,
Mais pensamentos,
Pensamentos ...
E novos porquês ?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Egoquilibrium ...


Eu sinto uma dor,
Que na verdade nem é dor,
É decepção por não poder ser,
Fazer ou conseguir,
De certa forma ou no meu todo,
Agradar a todos ...
Um tanto ridículo de se dizer,
Até fútil, assumir isso,
Mas fico frustrado sim,
Fico azedo, torto e incapaz ...
Sem saber o que fazer com as mãos ...
Seria hipócrita se não dissesse assim ...
Pois tento sim, ser um pouco mais aceitável do que já sou ...
E não me enganarei dizendo o contrário ...
Graças a minha mãe, carrego este trauma,
De ter sempre a bandeja, o sorriso e o bem servir,
Que me pressionam com o peso
De seus pratos sujos, engordurados de seus lucros,
E largados sob minha responsabilidade ...
Até começar a quebrar as louças e as cordas ...
Acho que isso é um despertar,
Para mais uma vez buscar pastor,
Para a minha ovelha negra ...
Fazê-la caminhar junto as outras,
Para poder se sobressair ...
E lógico que esses pensamentos,
Efusivos e sem coordenação,
Só acontecem em minha cabeça
Por faltar-lhe algo que a preencha ...
Mas ainda acharei um símbolo
Dentro de meu próprio misticismo,
Que ascenda os olhos e me faça enxergar a mim,
Assim como são citados nos ditados,
Que qualquer criatura altruísta sabe de cor e salteado ...
Mas anseio por este tempo ...
Eu o quero sim, apenas não sei quando me bastará ...

Da Vulgaridade Humana ...


Negamos sim, mas todos temos.
Olhamos para fora e notamos,
Repugnamos nos outros,
Muitas vezes, aquilo que não suportamos em nós ...
Um pequeno truque nosso,
Infame e religioso,
Para implantar barreiras, cercados, muralhas,
Onde nos sentimos melhores e mais seguros ,
Assim como o número de perdões dados.
Mas obscuramente, melodicamente,
Passa-se entre o vão dos dentes cerrados,
Algumas vezes, gastos de tão rangidos,
Por muitos esforços em vão,
A mediocridade do orgulho paterno,
Os ensinamentos doutrinados e vis,
Que calam as vozes primeiras do instinto ...
Temos razões vulgares ...
Opiniões vulgares,
Fomes vulgares,
Desejos vulgares,
Olhares vulgares,
Intenções vulgares,
E somos muito piores do que isso,
Quando negamos isso ao mundo,
Que dirá a nós mesmos ...
Fantástica alucinação de ser e estar,
E de dentro do corpo físico,
Gritar ao Mundo :
“Eu estou aqui ...”

Cada vez ...


A cada vez que rompo um limite ...
Sinto o vazio e a decepção de ter de aprender,
A conviver com um novo eu ...
Falando menos ...
Acho que passo a ter mais sgnificado ...

sábado, 7 de abril de 2012

Lágrima


O que pode te fazer chorar ?
Quantas vezes, pergunto-me isso ...
Se é por circunstancia, ou por instabilidade,
Ou por pensamento, lembrança ou motivo de dor.
As vezes, alguns sentimentos de nostalgia,
Alguns bons, passados e sem retorno,
Outros atrozes , ferozes e sem ter como cicatrizar ...
Infelizmente não acho palavras nem expressões,
Que traduzam ou retardem seus efeitos,
Só sei o que sinto,
Muitas vezes, um tanto inesperadamente
Desencadeados sentidos e sentimentos ...
Penso que falo o que gosto,
E vivo em controvérsia com os outros e comigo,
Assim como a esponja de minha pia,
Que se enche de água e sabão,
Insufla-se para poder lavar e limpar,
Gorduras e ressentimentos ...
Mas se esvazia quando apertada.
Tenho metáforas dentro de mim,
Pois afinal não consigo paralelizar minha opinião,
Do resto de mim, e como sou humano,
Também não gosto da verdade ...
Pois ela dói e as vezes é dela que corremos ...
Embora nos enganemos de fantasias,
Umas de força, outras de beleza,
Ou aquelas fulguras que os números nos dão ...
Mas que nada, nem aonde é certo ou findo.
Sou então, o habitante da ponte,
Porque estou ligado aos extremos,
Mas por segurança, ou talvez medo,
Prefira habitar o meio, que é sobre o ar ...

Camelo


Ruminação,
Interessantemente a Natureza,
Criadora das espécies,
Utilizou no homem este mesmo mecanismo,
Mas o colocou na memória ao invés do organismo ...
Eu não tenho muita identificação,
E nem auto propriedade de atribuir a mim,
Que nada rumino ...
Pois trago no meu sangue,
o DNA dos que passaram fome
E que tiveram sua pele armadurada pelo Sol,
Por isso, que as vezes até passo mal,
Mas não consigo digerir alguns pensamentos,
Mesmo que estes se tornem sapos não beijados ...
E também acredito que seja por isso,
Que tenho essa necessidade de água,
Mais que o normal que ouço os outros dizerem que bebem ...
Talvez um retorno ao útero primeiro,
Quase seco pelo que me disseram,
Então vivo em busca dessa compensação ...
As criaturas que conseguem viver sem água,
São incrédulas, amargas e retorcidas,
Como os cactos que segregam água sagrada e insípida,
Pela ideia de dificuldade que lhe foi herdada,
E esperam por um perdão que não existe ...
Mas em goles forçados e deglutição mecânica,
É que sobrevivemos deste estranho ato de se alimentar,
Um pouco se envenenando de conteúdos alheios,
Um pouco se abstendo de seus próprios venenos ...
Mas que aparecem na adversidade em pequenas golfadas,
Jorradas diretamente em nossa insônia ...
Perturbador sim, mas como nunca se pegar em um momento,
Ou em outro, a averiguar-se em tal avaliação ?
O estomago que temos no cérebro,
Deveria ter um folhoso, um filtro maior,
Que pudesse filtrar-nos para estarmos sempre tão límpidos,
Quanto a água que ansiamos por beber ...