domingo, 19 de julho de 2015

Algodão


Temos inocência quase infinita,
Mesmo quando tramamos o próprio mal ...
Pois o mal é a fantasia deliberada,
Daquele que olha o outro com inconstância,
Inveja, Incapacidade e Rancor,
O que não significa possível de existência,
Tudo isso dentro de nós ...
Mas dentre minhas escolhas,
Ainda prefiro as primeiras, as infantis,
Que eram mais impossíveis, corajosas,
Como quem voa com um pulo,
E lê as mentes com um simples piscar de olhos,
E faz as coisas flutuarem com o indicador ...
E nesse tempo, não existia medo de se sujar,
Então deitava no chão de terra, grama e madeira,
Olhava pro algodão do céu ...
Tinham dias que estava repleto de bichos e cores,
E tinham dias em que o cinza e a luz,
Me davam vontade e esperança ...
Mas desde que me levantei desse chão,
Comecei a olhar por outro ângulo,
E de vez em quando, ainda procuro,
Vejo formas diferentes, e me alegro com o que é simples ...


Profecia


Eu queria definir uma forma de desejo,
Onde o desejo sendo desejo,
Fosse algo mais certo,
Inflexível, marcial e então menos eu ...
Eu tenho um defeito de compreender ...
A não-astúcia de tudo explicar ...
E coerências falhas ...
Mas ainda almejo mais do que isso,
Pois o tempo não me corrige ...
Apenas me protela e eu assim consinto ...
Entre a água e o fogo, sou barro ...
Argila seca, que com um se forma,
E com o outro se consolida ...
Mas nunca, nem um e nem o outro ...
E também gostaria de acreditar menos no tempo,
Como um curador de obras primas,
E deixar que as execuções de atitudes pérfidas,
Sejam realmente existíveis ...
E nisso aprender a guardar as minhas agulhas,
E meu talento de remendar ...
E também esquecer a passagem de volta,
E também o outono e o inverno,
E fazer menos ... cada vez menos,
E talvez, embora duvide,
Mais por mim ...