Amanheci
com medo hoje,
Não aquele
comum, igual medo de escuro,
Um que não
sei explicar,
Mas me faz
sentir vivo ...
Tão vivo
quanto minha necessidade de pressa
E de
acordar ...
A pressa
que tenho é o resultado
Do atraso
que não tenho ...
E meus
nãos, fazem-me olhar as pessoas,
E achá-las
ridículas e necessárias,
Tais quais
alguns de meus desejos,
Mascaradamente
duplicados ...
É meio que
olhar sem ver,
E sem a nefasta
mania de raio X,
Que me é
inerente ...
Não é um exercício
de contemplação,
Pois estou
triste comigo mesmo ...
É o ato em
si, da própria visão,
Onde o que
se adora,
É a poeira
...