sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Medo de pó



Amanheci com medo hoje,
Não aquele comum, igual medo de escuro,
Um que não sei explicar,
Mas me faz sentir vivo ...
Tão vivo quanto minha necessidade de pressa
E de acordar ...
A pressa que tenho é o resultado
Do atraso que não tenho ...
E meus nãos, fazem-me olhar as pessoas,
E achá-las ridículas e necessárias,
Tais quais alguns de meus desejos,
Mascaradamente duplicados ...
É meio que olhar sem ver,
E sem a nefasta mania de raio X,
Que me é inerente ...
Não é um exercício de contemplação,
Pois estou triste comigo mesmo ...
É o ato em si, da própria visão,
Onde o que se adora,
É a poeira ...

O muro


Emaranhar palavras não me faz mais inteligente,
Nem mais intenso como penso,
Apenas me serve para buscar significados,
Alguns libertadores de minha rotina.
Daquilo que acredito,
Dividem pelo menos, tudo em três ...
Misturo sim e reparto,
Aquilo que é melhor acreditar ser meu caminho,
Mas busco não pelos caminhos de treva,
Nem escuros, pois deles,
Tenho o medo que me foi ensinado.
Tenho uma obediência burra e míope,
E por precaução equilibro-me no caminho do meio ...
Não aguardo recompensas, nem presentes,
Porque no fim, e por resolução,
É de vitorias e castigos que ansiamos ...
E a neutralidade é o algo,
Que nunca me foi ensinado,
Este muro sempre foi feito muito alto,
E coberto de cacos de opinião,
Para que você ao pisar nele,
“Caia” em um dos lados da escolha ...