quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Divindade


Péssimo costume, esse dos humanos,
De separarem sempre o Bem do Mal,
Onde acham uma forma eficaz,
De se livrarem de seu próprio julgo ...
Se bem que não me importo,
Àquilo que acharam de mim ...
Pois se há verdade, embora questionável,
De alguma forma, ela sempre aparecerá ...
E àqueles, que outrora foram anjos,
Não haverá pior castigo do que,
Tornarem-se humanos,
Ridículos e limitados, cheios de futilidades,
E amores vis, insustentáveis e oblíquos,
Cheios de medo e perversão ...
Mas a mim, me purifico a cada dia,
Quando em meu amanhecer,
Agradeço ao que me foi dado ...
E quem sabe assim, talvez um dia,
Reaprenda a voar, como fazem os anjos de verdade ...

Brisa e Encantamento


Eis a minha sorte,
A qual contemplo, aquilo que me é natural ...
Desde criança, com meus bonecos de papel,
Castelos de barro vermelho e rosa,
Pele amarelada e medo daqueles
Que viviam depois dos muros ...
Ficava tempos olhando pra noite,
Achando dono de poderes mágicos
E trocando idéias com os vagalumes e nuvens,
Pensando num pequeno reinado
De poucos metros quadrados,
Cheio de areia, madeira, parafusos e cacos de vidro ...
Confesso, não sei bem o que isso me ensinou ...
Mas ainda hoje vejo a mesma Luz,
Que sempre me abençoou ...

Meu Eu


Meu Eu,
Esse sim, sonha desmedido de densidades,
Acha o Céu, seu ponto seguro,
E me dá a coragem de voar por cima dos obstáculos
Tocar estrelas, viver amores, sentir-se livre ...
Mas meus segredos,
Estão em bases tão sólidas,
Que fiz um castelo de Lua e Pensamento,
Só com o apoio delas e,
Em cima, bloco por bloco,
Cintilam fantasias, devaneios, delírios e paixões ...