terça-feira, 27 de março de 2012

Raposa


Confirmação ...
Como é estranho precisar de definição,
Ter de ser sempre algo ou alguém,
E nunca um meio termo ...
E termo e meio a definir-se
Dentro do que é o que o olho do homem enxerga ...
Mas não o vê ...
Se sou cão, ou se sou lobo,
Ou aquilo que posso ser ...
Mas tenho ardilosa liberdade,
Voz doce, sutilmente sedosa
Envolventemente sedutora,
E intrigantemente limpa ...
Falo por reticencias pra nunca deixar claro ...
Pois habito a entrelinha,
Crio o esboço e fantasio a lacuna ...
Assim sou, e aprendi que essa é minha defesa,
E assim me gosto e me faço gostar ...
Mas a minha intenção,
Somente eu conheço ...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Complexo


Hoje foi um dia dificil,
Não posso negar,
Pois por mais que minha boca estivesse calada,
Meus sinos de consciencia e inconsciencia,
Bateram por horas dentro de mim ...
Torturei-me, ao me calar,
Mas tinha que fazer com que esses sons deixassem de ecoar dentro de mim ...
E como todo eco,
Só se vai com o tempo,
Diminuindo, abrandando-se ...
Não tenho muito entendimento,
E não conheço a razão ou intuito,
Onde possam-se caber as culpas por estes pecados.
Mas sei que os carrego, e eles me esquartejam ...
Acho que este menos que sinto,
Deve ser o merecimento,
Por ter me transformado em personagem da vida,
Sem nem ter tido a oportunidade,
De conhecer outros universos,
Experimentar outros corpos e sabores,
E muito menos o considerar dos homens ...
Que são cruéis e fantasiosos,
Ao ponto de transformarem seus filhos,
Naquilo que eles mesmos não são,
Eis a covardia ...
Eis o enigma ...
Eis o destino ...

sábado, 24 de março de 2012

Ao dizer ...


Ao dizer algo,
Geralmente esperamos o reflexo,
Sejam de atos, sentimentos, argumentos e ignorancias ...
Mas tem algo parafusadamente crivado na garganta,
Que escolhe o que soltar,
As vezes brumas sussurrantes de ira e amor,
Ou arrotos gástricos ácidos de angústia e
Fermentados de gênero oposto ...
Mas nada menos do que palavras que açoitam o entendimento,
Maltratam ou moldam a visão alheia
A respeito de nós mesmos,
Que não temos espelhos em casa ...

Aniversario da Ovelha Negra


Estranho dizer-se ovelha negra,
Uma vez que rebeldia não seja o meu forte,
E sim o que tem dentro de mim ...
Que não seja de praxe achar interessante ser avesso
Mas apenas diferente ...
Pois indiferente daquilo que se auto proclama,
Ovelha mesmo que negra,
Precisa de rebanho pra se desgarrar,
E um pastor para dele fugir,
E esse já não o tenho ...
Ao conversar com alguns vejo neles fantasias,
Esperanças corroídas de solidão,
Assim como os portões de ferro fechados,
Oxidados com a urina dos cães.
Falam-me de quantidades,
Assim como os garotos que querem mostrar proezas,
Mas com coisas as quais não me arrisco ...
Assim defino, que minha ovelha vive solta,
Mas não bale, sibila ...
E tem dias que anseia por carne e sangue,
Pois por natureza mórbida e imprecisa
É carnívora ...
Mas que cada um seja capaz de ter visão de si mesmo,
Penso neles e oro por eles,
Mas não por misericórdia,
Porque a própria em si, é cruel de se sentir ...
E sim pela direção para cada espírito inquieto,
Incompreendido de si mesmo,
E que se pergunta que horas são,
Sem mirar o tempo que corre em suas veias ...
Pois é esse que os afoba ...
E estabelecem num tipo de loucura,
Linguagem própria para alguns,
Uma rotina cíclica de auto punição e gozo,
Pois os dois os atordoam ...
Mas que isso seja parte de mim,
E que eu ande paralelo com o perigo da voz da má influência,
Porque isso me dá metamorfose e viscosidade ...
Malicia de mim ...

terça-feira, 20 de março de 2012

O homem acorrenta-se,
As verdades, que ele acredita,
Ao termos, aos quais se submete,
Aos protocolos proprios, que ele chama de liberdade,
A um ideal de procura de felicidade, que ele marca como objetivo,
A uma propria solidão, pra se eximir de outros males,
E assim pensando ser unico, livre, não menos pecador,
Fantasia seus dias e caminhos,
Sem pensar que esta matematica insanamente psiquica,
Estenda-se ao campo do seu proprio instinto ...
Condenando a si mesmo, a ser si proprio ...

sábado, 17 de março de 2012

O que é divino ou que é profano,
habitam dentro de mim de uma forma harmoniosa e equilibrada ...
Em tempos, um lado sobrepõe o outro,
mas em seguida vem a compensação ...
Mas de uma coisa eu tenho certeza,
é nesta adversidade que habita meu eu mais constante ...
As vezes observador, as vezes agente,
mas nunca sem menos importancia ...
Algumas coisas são esquecidas,
Outras apenas adormecidas ...
E tem pessoas que despertam em nós,
Coisas insubstanciais,
Impactos e reações ...
Assim é, e não há necessidade de entendimento,
Voce absorve e o tem pra si ...
E não há necessidade de explicação.
Apenas palavras e a cadeira onde leio e sento ...