sábado, 7 de abril de 2012

Camelo


Ruminação,
Interessantemente a Natureza,
Criadora das espécies,
Utilizou no homem este mesmo mecanismo,
Mas o colocou na memória ao invés do organismo ...
Eu não tenho muita identificação,
E nem auto propriedade de atribuir a mim,
Que nada rumino ...
Pois trago no meu sangue,
o DNA dos que passaram fome
E que tiveram sua pele armadurada pelo Sol,
Por isso, que as vezes até passo mal,
Mas não consigo digerir alguns pensamentos,
Mesmo que estes se tornem sapos não beijados ...
E também acredito que seja por isso,
Que tenho essa necessidade de água,
Mais que o normal que ouço os outros dizerem que bebem ...
Talvez um retorno ao útero primeiro,
Quase seco pelo que me disseram,
Então vivo em busca dessa compensação ...
As criaturas que conseguem viver sem água,
São incrédulas, amargas e retorcidas,
Como os cactos que segregam água sagrada e insípida,
Pela ideia de dificuldade que lhe foi herdada,
E esperam por um perdão que não existe ...
Mas em goles forçados e deglutição mecânica,
É que sobrevivemos deste estranho ato de se alimentar,
Um pouco se envenenando de conteúdos alheios,
Um pouco se abstendo de seus próprios venenos ...
Mas que aparecem na adversidade em pequenas golfadas,
Jorradas diretamente em nossa insônia ...
Perturbador sim, mas como nunca se pegar em um momento,
Ou em outro, a averiguar-se em tal avaliação ?
O estomago que temos no cérebro,
Deveria ter um folhoso, um filtro maior,
Que pudesse filtrar-nos para estarmos sempre tão límpidos,
Quanto a água que ansiamos por beber ...

Um comentário:

  1. É o que penso, aquilo que sinto mas que não sei como dizer. Você o fez. O veneno dos outros, o próprio veneno. Muito forte isso.

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