quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dúvida


Eu tenho um eterno efeito noturno dentro de mim ...
Mas feito de quatro fases,
Que até hoje não sei se são lunares,
Ou se são as próprias estações desencadeadas,
Rasgadas e desfolhadas coloridas de meus fluídos.
Para cada uma, um estado frágil ,
Quebradiço de tênue emoção ...
Converso com pessoas efusivas,
Cheias de conteúdo e medo da solidão,
E elas me apresentam meus medos,
Mascarados como se fossem os delas.
Mas eu não me repito,
Porque já sou um pleonasmo ...
Assim como a historia que me foi contada,
Que me fez acreditar que eu era,
A causa e uma solução de um problema,
Que nem sequer meu era ...
Acho que foi uma fase obscura,
Passada eu sei, mas enraizada na alma ...
Logicamente, que as crianças tristes e brancas,
Que sempre moraram em apartamentos cinzas,
Sem oxigênio e sem movimento,
Apenas com os segredos que as fechaduras conhecem,
Nunca entenderão o que digo ...
Mas eu tenho dúvidas côncavas ainda,
E algumas que sei que não obterei respostas,
Pois a própria sou eu ...
Sou adversativo eu sei, porque não poderia ser diferente.
Sou uma religião em si ...
Mas, as vezes, como nos últimos dias,
Permito-me pecar, para poder ter algo a dizer,
Não a ninguém, e sim a mim mesmo ...
Porque um dia ainda quero escrever sem nós,
Sejam eles na garganta, ou no meio de minhas pernas ...
Mas até lá, espero poder estabelecer ordem,
No meu calendário caótico de amanheceres ...
Para acordar sem perder a hora,
E ser fiel àquilo que realmente desejo ...

Um comentário:

  1. Fantastico este texto. Muito intenso, muito vivido. No momento que escreve das crianças eu fui lançado. Vertiginoso texto.

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