sábado, 3 de abril de 2010

As perdas do Caminho


Temos por péssimo hábito
Olhar tudo aquilo que perdemos
Durante nossa vida, nosso caminho.
É claro que é uma contagem inevitável
E até inesgotável, progressiva, cansativa
De doer na consciência e no coração.
Mas a mesma consciência poderia
Talvez num momento de misericórdia psíquico
Deixar que toda essa matemática
Nociva porém humana
E se comportar como os elementais da natureza.
Por exemplo as pedras, as arvores, a água.
Que alguns pensam ser imóveis,
Porém estão sempre em mutação.
Quem diria que as rochas tão caladas, letárgicas
Transformam-se em finos sedimentos que o ar pode levar.
As arvores que perdem as folhas, que marcam sua geração,
E renascem novamente em sementes, levadas pelas águas.
E até a própria água, que liquefaz seu caminho
Evapora e retorna ao mundo como chuva.
Assim é nossa alquimia
O que perdemos nada mais é aquilo que nos fomenta
Nos refina, nos semeia, e nos renasce em cada ciclo.
O caminho é aquilo que se trilha,
Aquele que os passos definem e traçam.
E seu final somente se dá naquilo que chamamos de existência.
Onde cada um se torna responsável por sua jornada,
Lembrando que a Historia costuma ser cruel
Com aqueles que nada fazem em seu próprio caminho.

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