quarta-feira, 14 de abril de 2010

A dor


Mistério, memória, causa.
Não importa sua origem,
Elemento que mais incomoda o ego,
E dá asas a astúcia daqueles
Que contam as histórias alheias.
Inspiradora, aos viciados em amor sem sorte,
Desesperadora, aos adeptos da felicidade,
Não nego que deva ser
O negro resultado de relações
Pertencentes somente aos dotados de emoção.
A maior expressão sinônima
Que acho para lhe dar significado
É senão, o termo contrário
Da realização da vontade.
Algo que nos diminue,
Para alguns mais imediatistas,
E fortalece para outros mais visionários.
Mas ninguém a quer,
E não importa seu motivo.
Dor que é dor, lembra sofrimento,
Lembra aquilo que não queremos
Ou poupamos sentir,
Ou que nos recorda algo que esta no nosso pesar,
Por alguma impossibilidade.
Variável termo, imparcial companheira,
Onde cada um, a sente singularmente.
Há quem finja, estar em momentos de pranto
Para se aproveitar das insubstancialidades dos outros,
E são esses os reais e miseráveis
Merecedores das dores do mundo.
Mas em seu fundamento,
Toda dor que é dor,
É constituída de uma falta,
De um algo que não lhe pentence,
Ou ludicamente trocando em miúdos
É a frustração de não termos aquilo
Que objetamos ser nosso prazer.

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