sábado, 3 de abril de 2010

Os Dez Dedos da Mão


Como primeira forma de contar
Noção das proporções que reconhecemos
E também funções onde encaixamos as pessoas,
São com as mãos que expomos alguns sentimentos.
Desde o amanhecer de sua infância
O homem usa suas mãos pra aprender a sentir.
Dedilha, toca, sente a pressão e o arrepio
Enumera as questões, e perde a conta de suas respostas,
Pergunta a si mesmo onde estava
E com o indicador faz a análise e a direção,
Mesmo que em alguns casos
Olhe pelo esquadro de sua janela
E limite sua visão àquele quadrilátero projetado.
Também em julgo usamos os indicadores
Acusando alguém e como diz o provérbio popular
Colocando quatro dedos contra si mesmo.
Despautério, que resume a inteligência ao coloquial.
Ao rezar juntamos as mãos
E em gestos de devoção e carinho
Levamos as mesmas ao peito
Imitando o maternal gesto reconhecido.
Quanto mais puder aprender sobre a anatomia
É com certeza que, na lembrança mais inconsciente,
Os maiores movimentos registrados na memória
São a flexibilidade e possibilidade
Que meus dedos sempre me propuseram
E refletiram na minha personalidade
Perseverante, ambiciosa, articuladora e possuidora
De uma essência etérea, não menos gasosa que a das intenções
Mas muito valiosa por ser toda ela própria.

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