terça-feira, 13 de abril de 2010

Os passos


Um a um, no movimento compassado
Como foi assim ensinado
São os passos que dou nessa vida.
Reluto por imaginar
Que uso os mesmos passos de rebeldia
Que meus pais usaram
Para com os seus pais.
É claro que não procuro espelhamento,
Nem razão para tudo o que faço.
Assisto meus filmes,
E procuro identificar meu dia-a-dia,
Sigo a rotina por mim escalada,
Achando que nada vai mudar.
É quando o repentino destino,
Faz brincadeiras de conseqüências,
E testam a minha perspicácia,
Minha astúcia, minha casca,
Que me defende de minhas fragilidades.
Quando era criança,
Ensinaram-me a temer a dor,
E a chorar quando caísse no chão,
Hoje penso, se talvez não chorasse mais assustado
Pelos escândalos maternos
E excesso de cuidados
Para criar a barreira entre o corpo e o chão.
E hoje desconfio até da normalidade,
Pois toda calmaria, se torna tempestade,
E na impetuosidade de minha persona,
Reajo com impulsão,
Sem ter muita certeza se completarei meu caminho.

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