sexta-feira, 21 de maio de 2010

Minha Concha


Seguindo o exemplo
De Clarice, que já dizia,
Transformo-me e aceito de antemão
Os persígnios deste meu caso.
Onde acho forças
Senão dentro de minha concha ... ?
Como me protegerei
De um mundo ao qual
Ando e vivo em desacordo,
Onde meu inimigo
Mora dentro de mim.
E em pequenos lapsos,
Açoita-me e esquarteja-me,
Levando-me então à agonia.
Eis assim, que manifesto,
Com pequenos movimentos,
Meu desenvolvimento,
Minhas ações, meus egos.
Não posso vacilar,
Nem sequer um instante,
Pois as animosidades,
Estão em todos os cantos,
Prontas a me surpreender ...
E como não ser orgulhoso
Desta massa complexa,
Compacta, imune, única
Que sou Eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário