domingo, 16 de maio de 2010

O abismo que sou Eu ( a inevitavel separação )


Do que adianta o amor,
Se este não tiver dono,
Nem destino, ou endereço?
Reconheço-me como dois,
O principio e precipício que sou eu,
O Eu que me limita e dá ponto de partida
E outro que desconheço e me põe medo.
Num sou claro, belo e virtuoso
No outro sou desditoso, maldito e obscuro.
Mas quem sou Eu na verdade,
Se me encorajo pelos desejos,
Mas me enfraqueço pelos medos?
Em meus momentos de anjo,
Clamo as palavras afáveis
Que as almas aflitas necessitam,
E em meus algozes momentos
Sibilo ironias, destilo verdades ásperas ...
Serei eu, aquele que preza
Por algo meu, ou algo seu ?
Existiria a remota possibilidade
De co-existir algo nosso ... ?
Nesse ensejo, tenho muito mais o que pensar,
Pois nem consigo organizar idéias ,
Nem páginas sequer números.
Minha única lei, a qual penso
E por entrelinhas necessito,
É a da gravidade, ou para os externos
A do equilíbrio que busco,
Pois apenas assim,
Ou pelo menos ponho fé nisto,
Poderei levitar e atravessar
Este vácuo que compreende você ...

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