domingo, 9 de dezembro de 2018

O Senhor do Outono

De tempos em tempos,
Invento coragem e saio dos trilhos,
Perco-me logo ali,
Dentro de minha propria casa,
Abro gavetas, e guardo segredos,
Em meias furadas,
Essas mesmas que protegem
Os mesmos pés que as furaram ...
Não são segredos na verdade,
É a minha imaginação,
Que assim os classifica.
Eu falo de uma sabedoria,
Que vem do coração ...
E não me pergunte o porquê,
Eu vivo coisas no paralelo,
Ouço pessoas demais,
E me dou o trabalho,
De percebê-las felizes ...
E que como os bobos,
Com elas também fico feliz.
Então concluo que não sou,
Nem quente e nem frio,
Nem semelhante e nem diferente,
Sou eu o termo ameno,
Que dá continuidade as coisas fantásticas,
Mas passo despercebido,
Com passo furtivo, esguio,
Mas não menos pesado e certeiro
Que me façam cair em pé
Após cada balanço e tombo
Que a propria vida me dá.


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